Thursday, June 12, 2008

Se alguém sabe de quem é essa, eu agradeceria de coração. Dizem que é do Augusto dos Anjos, mas tenho minhas dúvidas pois não encontrei ainda nas buscas que fiz pela internet. Ai vai:

Se falas por ignorância eu te perdôo.
Mas se queres abusar da minha alta prosopopéia,
Dar-te-ei um murro no alto de sua sinagoga,
Deixar-te-ei mais baixo que o solo pátrio,
E depois passarei por cima do seu corpo inerte
que os ignorantes chamam de defunto,
Mas que o nome científico é cadáver.

Anônimo? Augusto dos Anjos?

SONETO

À minha tese

junho de 2008.

Assíduo pensamento que se apodera,

Do raiar ao raiar do dia,

Segundo a segundo, o tempo todo,

Numa escala crescente de agonia.

Eis que se rompe em desespero amargo,

Trazendo a angústia do fundo d’alma

Desde sua morfogênese faz-se presente,

Atormentando com suas bandarilhas.

Pensamentos agrupam-se em palavras,

E apontam para uma lógica brilhante.

Que se dissolve no momento subseqüente,

Dando a impressão do nada, do vazio...

Nessa trama contínua, de fazer e desfazer

Numa alternância de gozo e de dor,

É que a profusão de idéias e práticas

Forja uma criatura, de início, amorfa.

Ah! Possa eu dormir exausto,

Com a sensação do dever cumprido,

E a visão de uma paisagem apoteótica,

De Mestres aplaudindo o fim do último ato.

Maciel Machado