Monday, November 29, 2010

Eu tenho dois times que convivem dentro de mim numa relação dialética e antagônica.
Um é o Fluminense - a tese, o amor, a paixão
O outro, o Flamengo - a antítese, o ódio, a maldição
Um não vive sem o outro. Eu não seria Fluminense, não fosse o Flamengo... É verdade!
Com isso, eu torço duas vezes. Uma pela vitória (do Flu, é claro), a outra, pela derrota (do Fla, é claro). Com isso, mantenho-me no equilíbrio.
Quando o Flu está por baixo, torço pela derrota do Fla.
Quando o Flu está por cima, como agora, continuo torcendo pela derrota do Fla hehehe
Essa é a minha dialética. Quanto mais amo o Flu, mais odeio o Flamengo e o ódio ao Fla faz crescer, cada dia mais, o meu amor ao Fluminense.
Ódio no sentido futebolístico, é claro! É um ódio meio sádico, sem agressões, nem violências. É um ódio interior, que se equilibra e se recria com o amor ao Fluminense. Eu diria... ODOR Od+or (ód/io + am/or) ou poderia ser Amio???
"Flu, 'amio' ou vá para o Flamengo"
Putz! deixa eu voltar aos estudos. Estou lendo o Celso Furtado: "A Fantasia Organizada"
Até daqui a pouco com 3 x 0 para o Fluzão

Monday, November 01, 2010

Caros companheiros, colegas e professores,
Não consigo trabalhar, não consigo dormir, não consigo pensar em outra coisa a não ser no significado da vitória de Dilma.
Todos sabem que votei no Plínio no primeiro turno, por acreditar que uma guinada para a esquerda seria o primeiro passo rumo a uma sociedade mais fraterna, justa e igualitária. Marcamos, com isso, um bela posição, mesmo que pequena. Não me esquecerei do nosso velhinho tentando mostrar didaticamente a presença da luta de classes que ainda existe em nosso contexto social. Foi um momento de educação política que o Plínio nos proporcionou.

No segundo momento sobram dois projetos que não são iguais em suas essências:
a) O primeiro de caráter neoliberal, felizmente derrotado e enterrado, que ameaçaria de vez o que entendo ser um projeto de agricultura de base familiar ou um projeto para as milhares da famílias assentadas pela reforma agrária em todo o Brasil, que amargariam um ostracismo econômico e social sem precedentes em nossa história. Haja vista, o que foram os anos do Presidente Fernando Henrique Cardoso, em que o foco era a ampliação das relações de mercado num espaço social, onde nem a cidadania ainda existia. Sua visão de territorialidade era completamente subordinada aos interesses do capital, como pode ser analisada pelo desempenho do programa de governo o "Novo Mundo Rural" com características puramente economicistas e que alterava as regras de obtenção de terras, reduzindo o papel democrático do direito à terra, pela constituição de assentamentos com um viés de colonização. Nessa visão de "reforma agrária", entre aspas, os "sem terras" assumiriam os riscos adquirindo terras para seus plantios sem nenhuma garantia de futuro. Fora isso, o agravamento da violência física e moral que ocorreu no campo, como forma de reprimir as legítimas reivindicações dos "sem terras" pelo espaço social e cidadão. Não vamos nos esquecer do significado do processo de criminalização dos movimentos sociais e sindicais naquele período, em especial, a perseguição implacável ao MST e suas lideranças.
Tudo isso estava presente em minha mente com a iminente possibilidade de Serra fazer ressuscitar todos esses fantasmas da história agrária recente do Brasil. Na Embrapa, por exemplo, nosso macroprograma de Agricultura familiar estaria com seus dias contados e a perspectiva de existência de espaços para pesquisas nessa área do conhecimento seriam mínimas. Os programas das Universidades Federais, como o SPAF, da UFPel, também encontrariam sérias dificuldades financeiras e orçamentárias para continuarem existindo.

b) O segundo, de Dilma Roussef, é um projeto de governo que dará continuidade às políticas do período de Lula e se apresenta como sendo um período de consolidação dos avanços sociais, em especial, a geração de emprego e aumento da renda das classes mais sofridas da sociedade.
Sabemos que o governo Lula conviveu com grandes contradições no que diz respeito às políticas agrícolas e agrárias. Já dizia a Bíblia: "Não se pode amar a dois senhores", e foi exatamente isso o que Lula fez. Deu ênfase à agricultura de escala, comercial, do agronegócio, das commodites, sob o manto do Ministério da Agricultura. Nesse espaço, o País bateu recordes nas exportações, na produção e na produtividade. Entretanto, nunca se usou tanto veneno como vem acontecendo em nossas lavouras. Os transgênicos receberam bandeira verde do governo e as transnacionais do agronegócio aceleraram suas vendas, ocupando todos os espaços entre grandes, médios e, até, entre os pequenos empreendedores rurais.

De outro lado, sob a batuta do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Lula buscou preservar os avanços das lutas populares e dos movimentos sociais do campo, sejam ligados à agricultura tradicional (base da Contag e da CUT), sejam aos movimentos denominados camponeses, representados pela Via Campesina e MST.
Com isso, a agricultura familiar obteve grandes avanços nos níveis de custeio e investimento, como pode ser observado nos dados do Censo Agropecuário de 2006. O Pronaf vem crescendo em volume orçamentário ano a ano, as cooperativas ligadas a este segmento também vêm mostrando crescimento e solides. Os assentamentos, com todas as dificuldades econômicas existentes, estão sendo implantados e mantidos dentro de limites razoáveis de produção e renda das famílias que os compõem, o que vem causando um certo acomodamento dos movimentos sociais em suas lutas.

Esses quadros, tanto da agricultura patronal como da agricultura familiar, com todas as mazelas e dificuldades que conhecemos, dadas as condições de continuidade entre o novo governo e o que se encerra, com certeza, tende a continuar. A dependência que o Brasil tem sobre os resultados positivos da balança comercial faz crer que as políticas agrícolas se manterão dentro do que foi vivenciado até o presente momento. Não vejo, com a atual correlação de forças políticas, uma mudança radical nessas políticas, para um lado ou para o outro.

A questão que se coloca para mim, é que a Dilma polarizou sua campanha com o lado, digamos, mais capitalista das forças sociais do País, o lado mais conservador, o lado mais oligárquico. Para tanto, basta nós observarmos os espaços territoriais onde Serra conseguiu seus melhores desempenhos nesta eleição, as regiões sul e centro oeste do Brasil. Com esse raciocínio, penso que Dilma deve sua vitória ao segmento que entendeu que tanto a continuidade das políticas sociais de Lula devam ser mantidas, como também avanços políticos podem e devem fazer parte do novo cardápio de sua agenda política. Portanto, antes que a "contra-força" reacionária, e ainda hegemônica, se estabeleça e comece a dar os rumos e ditar as regras em nossas instituições, como se deu em 2003, no início do primeiro governo de Lula, devemos, através de nossas representações político sindicais e dos parlamentares recentemente eleitos, fazer chegar à Presidente todas as demandas que estão presentes em nossas lutas.

No meu caso, tenho preocupações com as alterações no Código Florestal que foram motivo de pressão pelos representantes do agronegócio, mas que o governo Lula conseguiu segurar até esta eleição. Temos que pressionar o novo Governo para rever todos os encaminhamentos oriundos da Comissão Parlamentar que foi responsável pela elaboração do relatório que defende as reformulações no Código Florestal e propor que novas consultas públicas, dessa vez abertas à sociedade, para que tenhamos possibilidades de influir positivamente nestes encaminhamentos.

No mais, mantenho a esperança que Dilma consiga fazer um grande governo, trazer avanços significativos às classes menos favorecidas, reduzindo as diferenças sociais, econômicas e culturais que, infelizmente, ainda estão presentes em nosso País.
Parabéns às mulheres que marcaram enorme posição nessa campanha, lutando contra preconceitos que já deveriam estar enterrados nesse início de século XXI.
Parabéns ao povo brasileiro que fez a opção certa em direção aos direitos sociais.
Viva Dilma, Viva o Brasil

Antonio Maciel Botelho Machado
Em 01/11/2010, em função da vitória de Dilma Roussef à presidência do Brasil.

Saturday, October 02, 2010

Filosofia de Futebol (By Maciel)

Ser Tricolor é, portanto, fazer filosofia, pois é a própria razão de ser feliz. (Maciel, set. de 2010)

Emails para uma amiga (Denise) em 01/10/2010:
Não é questão de ódio. Essa palavra não pode existir entre a gente. É como eu escrevi para o Allan. O gostoso de ser Fluminense é a existência do Flamengo e, acredito que para os Flamenguistas a recíproca torna-se verdadeira. Não é uma questão de "amor e ódio"... É de "amor e desamor". Hoje, o meu amar também é desamar!

No que diz respeito ao futebol, a tese é o fluminense e a antítese, o Flamengo. Na minha cabeça um não vive sem o outro. A síntese é a vontade de ver o Menguinho na segundona e, na hora que ele for para a terceirona, a gente vira a mesa e trás ele de volta para a primeira divisão, a final de contas, o rato (o Flamengo) não vive sem o gato (o Fluminense) e vice versa. Essa é a dialética da bola.

Eu não quero que o Flamengo acabe...
Se isso acontecer o Fluminense vai viver de quê?

Thursday, February 11, 2010

Não, à Reforma do Código Florestal

"Aplaudido por ruralistas, o deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) disse nesta quarta-feira,numa audiência pública em Ribeirão Preto para debater o Código Florestal que alguns membros do Ministério Público agem como "braços jurídicos das ONGs" ambientalistas. (...) Ele defende a revisão do código, argumentando que, do jeito que está, a lei prejudica o agronegócio e a economia do país.” Publicado em vários jornais da grande imprensa e recortado em: AmbienteBrasil de 12/fev/2010.

Juro que do alto de meus 59 anos de vida sempre à esquerda, não acreditaria nesta posição do aguerrido companheiro Aldo Rebelo. Marx deve estar se torcendo na tumba vendo o nobre Deputado defender os latifundiários e o agronegócio em nome da defesa da economia do País.

O PCdoB diz-se guiar pela teoria científica de Marx, Engels e Lênin. Por favor, alguém do Partido avisa ao Deputado que ele está jogando no time dos adversário políticos.. István Mészarós nos lembra que “na situação de hoje, o capital não tem mais condições de se preocupar com o 'aumento do círculo de consumo', para benefício do 'indivíduo social pleno' de quem falava Marx, mas apenas com sua reprodução ampliada a qualquer custo, que pode ser assegurada, pelo menos por algum tempo, por várias modalidades de destruição”. Por isso, no lugar onde se encontram os empresários do agronegócio, com certeza, não estarão os interesse dos trabalhadores e nem a preservação do meio ambiente.

Lendo o Programa do PC do B, encontramos como um dos desafios da contemporaneidade:

  1. a degradação ambiental, resultante de concepções e práticas predatórias, responsável pela poluição ambiental e destruição de parte das florestas, dos recursos hídricos, da fauna”.

O que eles querem é plantar soja até a beira dos córregos e das nascentes, em nome dos agricultores familiares. Indaguem a posição da FETRAF, que representa grande segmento da agricultura familiar, sobre este assunto. Perguntem ao MPA ou CONTAG

Ainda no Programa Partidário do PC do B

Capitalismo, um sistema esgotado historicamente

22) A nova jornada libertária brota da resistência do movimento revolucionário, do avanço da consciência e luta dos trabalhadores, do enriquecimento da teoria transformadora e, objetivamente, da senilidade do capitalismo. Depois de 300 anos de existência, é um sistema esgotado historicamente, embora ainda dominante política e ideologicamente. Já na passagem do século XIX para o XX, atingiu sua etapa imperialista. Desde então perdeu o papel progressista e civilizatório que havia tido na superação da milenar sociedade feudal. A humanidade sob seu domínio tem padecido enormemente. Em vez da paz, a guerra; em vez da liberdade, as ameaças constantes à democracia. Condena milhões à fome e ao desemprego. Aumenta a exploração sobre os trabalhadores. Em busca do lucro máximo, destrói a natureza.

Por favor, leiam esse inciso 22, em especial o final do perágrafo. Ou isso não representa mais a posição do PC do B?

A transição do capitalismo ao socialismo no Brasil

O Programa do PCdoB “não trata da construção geral do socialismo, mas da transição preliminar do capitalismo para o socialismo. A questão essencial, e o ponto de partida para a transição, é a conquista do poder político estatal pelos trabalhadores da cidade e do campo. Este triunfo exige o protagonismo da classe trabalhadora”, e não dos EMPRESÁRIOS RURAIS, da CNA, da OCB e do o deputado Moacir Micheletto.

Ainda segundo o Programa do PC do B: “O leque de alianças abarca os demais setores das massas populares urbanas e rurais, as camadas médias, a intelectualidade progressista, os empresários pequenos e médios, e aqueles que se dedicam à produção e defendem a soberania da Nação. A participação da juventude e das mulheres é fator destacado para a vitória deste objetivo”. Por favor, ouçam o MST e a Via Campesina, ou eles não significam mais nada para o Partido?

Por fim, o PC do B deveria incluir a questão ambiental na “transição para o socialismo”. (...), na dinâmica concreta da revolução brasileira, está destinada a ser o terceiro grande salto civilizacional afirmativo da nação brasileira.” Programa do PcdoB

Para concluir, penso que, dadas essas posições equivocadas de alinhamento às posições dos latifundiários para a mudanças do Código Florestal, vejo o meu querido PCdoB mais à direita do que o PT e demais partidos da base governista.

Para terminar, pois esse raciocínio poderia dialogar com todo o documento do Partido que diz exatamente o oposto à posição do Aldo Rebelo, peço que o Partido assuma coerentemente o item 47 do Programa, que trata das questões do Meio Ambiente, e do item “e” que trata da Reforma Agrária, e reveja sua posição equivocada.

Saudações Socialistas

Antonio Maciel Botelho Machado

Tuesday, February 02, 2010

¨Somos semeadores conscientes no campo da vida,
pois diariamente espalhamos milhões de sementes ao nosso redor.
Saibamos escolher sempre as melhores,
para que, ao recebermos a dádiva da colheita farta,
tenhamos apenas motivos para agradecer".
Sônia (desconhecida)

Dialogando com Sonia em 30 de janeiro de 2010
na Comunidade Escandir, do Orkut

Sementes...
Certa vez tive uma experiência
que gostaria de compartilhar com vocês.
Tinha eu um pequeno saco de sementes
as quais seriam semeadas no campo.
Elas haviam sido escolhidas a dedo.
Passaram por testes e mais testes,
sobrando apenas as melhores,
as que poderiam transformar-se,
após as primeiras chuvas,
em mudas fortes e viçosas.
Viajei muitas horas de minha cidade
pensando nas árvores que iria plantar.
Tinham até nome científico...
Cordia trichotoma
Na mala do carro levei também
o saco com as sementes descartadas.
Todos sabem que galinhas se deliciam
com qualquer grão que lhes oferecemos.
Por isso, levei aquele restolho.
Entretanto, na manhã seguinte, um acidente
as galinhas entraram no bagageiro do carro
e o terrível aconteceu...
Elas comeram as sementes selecionadas,
aquelas vigorosas, as melhores...
restando apenas o saco com a serragem,
as folhas secas e as sementes descartadas.
Para não perder a viagem,
peneirei aquelas sobras,
e separei um punhado de sementes
lancei-as ao longo da trilhas,
sem delas nada esperar.
O tempo passou.
Já fazem quase trinta anos
eu, na época, um jovem agrônomo
cheio de idéias novas, tecnologias,
verdades e sonhos para viver.
Hoje, passando pelo velho sítio
fico a lembrar daqueles bons tempos.
Claro que a cena das galinhas,
bem, dessa, eu nunca mais me esqueci.
As córdias cresceram e cresceram.
Hoje sombreiam as trilhas da cachoeira.
Suas flores alvas contrastam com o nome vulgar
...”louro pardo”
Como lição ou aprendizagem...
descobri que as sementes, como nós,
podem se superar, desde que encontrem terra fértil,
a chuva providencial
e alguém que acredite nelas
muito cedo, darão respostas inimagináveis.