Thursday, February 11, 2010

Não, à Reforma do Código Florestal

"Aplaudido por ruralistas, o deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) disse nesta quarta-feira,numa audiência pública em Ribeirão Preto para debater o Código Florestal que alguns membros do Ministério Público agem como "braços jurídicos das ONGs" ambientalistas. (...) Ele defende a revisão do código, argumentando que, do jeito que está, a lei prejudica o agronegócio e a economia do país.” Publicado em vários jornais da grande imprensa e recortado em: AmbienteBrasil de 12/fev/2010.

Juro que do alto de meus 59 anos de vida sempre à esquerda, não acreditaria nesta posição do aguerrido companheiro Aldo Rebelo. Marx deve estar se torcendo na tumba vendo o nobre Deputado defender os latifundiários e o agronegócio em nome da defesa da economia do País.

O PCdoB diz-se guiar pela teoria científica de Marx, Engels e Lênin. Por favor, alguém do Partido avisa ao Deputado que ele está jogando no time dos adversário políticos.. István Mészarós nos lembra que “na situação de hoje, o capital não tem mais condições de se preocupar com o 'aumento do círculo de consumo', para benefício do 'indivíduo social pleno' de quem falava Marx, mas apenas com sua reprodução ampliada a qualquer custo, que pode ser assegurada, pelo menos por algum tempo, por várias modalidades de destruição”. Por isso, no lugar onde se encontram os empresários do agronegócio, com certeza, não estarão os interesse dos trabalhadores e nem a preservação do meio ambiente.

Lendo o Programa do PC do B, encontramos como um dos desafios da contemporaneidade:

  1. a degradação ambiental, resultante de concepções e práticas predatórias, responsável pela poluição ambiental e destruição de parte das florestas, dos recursos hídricos, da fauna”.

O que eles querem é plantar soja até a beira dos córregos e das nascentes, em nome dos agricultores familiares. Indaguem a posição da FETRAF, que representa grande segmento da agricultura familiar, sobre este assunto. Perguntem ao MPA ou CONTAG

Ainda no Programa Partidário do PC do B

Capitalismo, um sistema esgotado historicamente

22) A nova jornada libertária brota da resistência do movimento revolucionário, do avanço da consciência e luta dos trabalhadores, do enriquecimento da teoria transformadora e, objetivamente, da senilidade do capitalismo. Depois de 300 anos de existência, é um sistema esgotado historicamente, embora ainda dominante política e ideologicamente. Já na passagem do século XIX para o XX, atingiu sua etapa imperialista. Desde então perdeu o papel progressista e civilizatório que havia tido na superação da milenar sociedade feudal. A humanidade sob seu domínio tem padecido enormemente. Em vez da paz, a guerra; em vez da liberdade, as ameaças constantes à democracia. Condena milhões à fome e ao desemprego. Aumenta a exploração sobre os trabalhadores. Em busca do lucro máximo, destrói a natureza.

Por favor, leiam esse inciso 22, em especial o final do perágrafo. Ou isso não representa mais a posição do PC do B?

A transição do capitalismo ao socialismo no Brasil

O Programa do PCdoB “não trata da construção geral do socialismo, mas da transição preliminar do capitalismo para o socialismo. A questão essencial, e o ponto de partida para a transição, é a conquista do poder político estatal pelos trabalhadores da cidade e do campo. Este triunfo exige o protagonismo da classe trabalhadora”, e não dos EMPRESÁRIOS RURAIS, da CNA, da OCB e do o deputado Moacir Micheletto.

Ainda segundo o Programa do PC do B: “O leque de alianças abarca os demais setores das massas populares urbanas e rurais, as camadas médias, a intelectualidade progressista, os empresários pequenos e médios, e aqueles que se dedicam à produção e defendem a soberania da Nação. A participação da juventude e das mulheres é fator destacado para a vitória deste objetivo”. Por favor, ouçam o MST e a Via Campesina, ou eles não significam mais nada para o Partido?

Por fim, o PC do B deveria incluir a questão ambiental na “transição para o socialismo”. (...), na dinâmica concreta da revolução brasileira, está destinada a ser o terceiro grande salto civilizacional afirmativo da nação brasileira.” Programa do PcdoB

Para concluir, penso que, dadas essas posições equivocadas de alinhamento às posições dos latifundiários para a mudanças do Código Florestal, vejo o meu querido PCdoB mais à direita do que o PT e demais partidos da base governista.

Para terminar, pois esse raciocínio poderia dialogar com todo o documento do Partido que diz exatamente o oposto à posição do Aldo Rebelo, peço que o Partido assuma coerentemente o item 47 do Programa, que trata das questões do Meio Ambiente, e do item “e” que trata da Reforma Agrária, e reveja sua posição equivocada.

Saudações Socialistas

Antonio Maciel Botelho Machado

Tuesday, February 02, 2010

¨Somos semeadores conscientes no campo da vida,
pois diariamente espalhamos milhões de sementes ao nosso redor.
Saibamos escolher sempre as melhores,
para que, ao recebermos a dádiva da colheita farta,
tenhamos apenas motivos para agradecer".
Sônia (desconhecida)

Dialogando com Sonia em 30 de janeiro de 2010
na Comunidade Escandir, do Orkut

Sementes...
Certa vez tive uma experiência
que gostaria de compartilhar com vocês.
Tinha eu um pequeno saco de sementes
as quais seriam semeadas no campo.
Elas haviam sido escolhidas a dedo.
Passaram por testes e mais testes,
sobrando apenas as melhores,
as que poderiam transformar-se,
após as primeiras chuvas,
em mudas fortes e viçosas.
Viajei muitas horas de minha cidade
pensando nas árvores que iria plantar.
Tinham até nome científico...
Cordia trichotoma
Na mala do carro levei também
o saco com as sementes descartadas.
Todos sabem que galinhas se deliciam
com qualquer grão que lhes oferecemos.
Por isso, levei aquele restolho.
Entretanto, na manhã seguinte, um acidente
as galinhas entraram no bagageiro do carro
e o terrível aconteceu...
Elas comeram as sementes selecionadas,
aquelas vigorosas, as melhores...
restando apenas o saco com a serragem,
as folhas secas e as sementes descartadas.
Para não perder a viagem,
peneirei aquelas sobras,
e separei um punhado de sementes
lancei-as ao longo da trilhas,
sem delas nada esperar.
O tempo passou.
Já fazem quase trinta anos
eu, na época, um jovem agrônomo
cheio de idéias novas, tecnologias,
verdades e sonhos para viver.
Hoje, passando pelo velho sítio
fico a lembrar daqueles bons tempos.
Claro que a cena das galinhas,
bem, dessa, eu nunca mais me esqueci.
As córdias cresceram e cresceram.
Hoje sombreiam as trilhas da cachoeira.
Suas flores alvas contrastam com o nome vulgar
...”louro pardo”
Como lição ou aprendizagem...
descobri que as sementes, como nós,
podem se superar, desde que encontrem terra fértil,
a chuva providencial
e alguém que acredite nelas
muito cedo, darão respostas inimagináveis.