Saturday, August 04, 2007

Texto 15: CHAYANOV, Alexander. Viaje de mi hermano Alexis al pais de la utopia campesina

Trata-se de um texto em forma de uma novela, escrita por Chayanov e publicada em Moscou, em 1920, sob o pseudônimo de Ivan Kremnev.
A história tem por coadjuvante principal o Sr. Alexei Vasilievich Kremnev que, ao sair de uma reunião no Museu Politécnico em algum dia do mês de outubro de 1921, onde se discutia as ações que seriam desencadeadas com vistas ao golpe final no regime burguês, se viu envolto numa viagem imaginária ao país da utopia camponesa.
Ao acordar, se encontra em um local desconhecido. Assustou-se ao ver num jornal a data estampada de 05 de setembro de 1984, ou seja, um salto de 63 anos na história. Numa carta que estava ao seu lado se deu conta que estava sendo apresentado pelo nome de Charlie Man, americano que encontrava-se em Moscou para conhecer as grandes realizações técnicas no campo da agricultura, decorrentes da revolução camponesa ocorrida na década de 30.
Charlie Man é recebido por uma mulher de nome Paraskeva e, a seguir, por seu irmão Nikifor Alexevich Minin que o levam para um passeio pela cidade de Moscou. Não era mais um país socialista, nem anarquista, nem capitalista. Tratava-se, segundo seus anfitriões, de um sistema social e político com hegemonia camponesa. As cidades grandes foram destruídas e as populações urbanas descentralizadas por todos o país. Foram construídas redes de rodovias onde foram assentados pequenos núcleos urbanos que funcionavam como sedes de milhares de regiões camponesa.
Essa República, baseada na exploração familiar camponesa, que nos sistemas anteriores era vista como em extinção, passava agora a ter um status de modernidade, onde o trabalho rural era planificado e altamente prazeroso e gratificante. Havia, porém, uma ameaça de guerra com a Alemanha e, uma vez em curso, foi imediatamente sufocada com a utilização de equipamentos eletromagnéticos que, além de controlar o clima e produzir chuva, poderia também criar catástrofes climáticas que se traduziam em um mecanismo de defesa contra inimigos externos. Dessa forma, os alemães foram derrotados e, como compensação, transferiram para Moscou várias obras de arte que eram imediatamente expostas em museus volantes que levavam cultura a todos os lugares.
Kremnev observa o grau de desenvolvimento das regiões e das pequenas cidades que pareciam não ter fim, uma vez que elas se interligavam entre campos produtivos, florestas e parques públicos. Kremnev, ou seja, Mr. Charlie Man foi apresentado a Katerina que, mais tarde se apaixona e inicia uma relação mais afetiva. Entretanto, no desenrolar dessa novela Mr. Charles é constantemente solicitado a falar sobre o modo de vida americano. Porém, ele sempre escapulia e fugia do assunto com questionamentos sobre o sistema camponês Russo. Numa visita a um museu de cera ele encontra uma imagem sua relacionando-o a um membro do Conselho Mundial das Economias e opressor dos camponeses.
Mr. Charlie busca informações sobre as bases sociais da vida camponesa em vigor e dos princípios que regem o cotidiano. Foi explicado que o princípio era a valorização camponesa em toda a sua plenitude. Que havia dois problemas a serem resolvidos, a saber: 1) um econômico, cuja solução exigia um sistema de economia nacional que lhe conferisse um papel diretivo, 2) um social/cultural, o problema da organização social de amplas massas da população. Que o Estado era mínimo e foi substituído por formas associativas, cooperativas, academias, congressos, alianças, jornais e, por fim, círculos. Depois de muitos contratempos em função de sua crítica, Mr. Charlie é preso e tem uma experiência dos lugares de detenção no país das utopias. Tenta explicar sua identidade, mas sua história não é aceita como verdade e só é solto em função do fim da guerra contra os Alemães.

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