Sunday, June 03, 2007

Texto 01 - MARTINS, C. B. O que é sociologia. Coleção Primeiros Passos, 38 ed. – São Paulo: Brasiliense. 1994.

Universidade Federal de Pelotas - Pós-Graduação em Agricultura Familiar
Aluno: Antonio Maciel Botelho Machado

O autor apresenta no primeiro capítulo “o surgimento” da sociologia, termo que surge por volta de 1830, Owen, Wilian Thompson, Jeremy Bentham. Estes buscavam entender os processos econômicos e sociais que estava ocorrendo desde o século XVII, com o início da revolução industrial, fim do período feudal e surgimento do capitalismo.
Bacon já apontava para a substituição da teologia, para dar lugar à dúvida metodológica que permitiria um conhecimento objeto da realidade, tendência dos “racionalistas” após o século XVII (Vico, David Hume, Adam Ferguson e outros).
Os “iluministas”, ideólogos da burguesia, tiveram o papel “revolucionário” de minar as bases do sistema feudal com Montesquiu, Condorcet e outros. O autor apresenta o papel de pensadores como Saint-Simon, Cont, LaPlay e até mesmo Durkheim se empenharam em explicar a natureza e as conseqüências da revolução. Comte com sua teoria “positiva” buscava ensinar a aceitação da ordem existente, deixando de lado sua negação. Para ele, a sociologia deveria orientar-se por “leis imutáveis” da vida social.
No segundo capítulo – “a formação” - Martins apresenta a forma como a sociologia se forjou como ciência a partir das idéias de Comte, Durkheim, Marx e MaxWeber, dentre outros. O papel dos conservadores “profetas do passado”, Edmund Burk, Joseph de Maistre e Louis de Bonald que se pautaram na luta contra a herança iluminista. Os positivistas Saint-Simon, Comte e Durkheim buscaram dar uma nova roupagem ao velho discurso com o objetivo de defender os interesses dominantes da sociedade capitalista. Em Comte, as idéias iluministas levavam a uma desunião dos homens e para Durkheim, “a raiz dos problemas estava na fragilidade da moral da época em orientar adequadamente o comportamento dos indivíduos”.
Mais recentemente, na Inglaterra, Malinowski e Redcliffe-Brown iniciaram os trabalhos com o método de investigação funcionalista, a partir de Durkheim e nos EUA, Mertom e Parsons com o funcionalismo moderno.
Diferentemente do positivismo, surge com Marx e Engels, durante o século IXX, a teoria marxista para desvendar o modo de produção capitalista e instrumentalizar os trabalhadores na luta de classe.
A seguir, Martins apresenta Max Weber com a sua busca da “neutralidade” científica que o levou a estabelecer uma fronteira entre o cientista e o político. Incorporou as idéias de Kant, Nietzche, Sombart, Heidelberg e Troeltsch. Estudou a religião para decifrar a sua influência sobre a conduta econômica dos indivíduos e negou a utilização do método de investigação utilizado pelas ciências naturais.
No último capítulo, “o desenvolvimento”, o autor descreve a forma de condução da sociologia durante o século XX. Na França com Marcel Mäuss e Levy Bruhl; na Alemanha com Sombart, Marc Block, Henri Pirenne, Max Scheller e Karl Mannhein. Apresenta a escola de Chicago e a visão funcionalista hegemônica na sociologia (Malinowski, Radcliffe-Brown, Talcott Parsons etc). A posição anti-marxista da sociologia americana colocou-a num plano mais conservador (Bonald, Maistre, Burke e outros).
No campo marxista, a questão das ideologias na manutenção da dominação burguesa (Gramsci, Althusser, Poulantzas, Bourdieu e, mais tarde, a influência da escola de Frankfurt (Adorno, Horkheimer, Marcuse, Lukács), que reijeitaram a idéias da sociologia como ciência positiva.
Para o autor torna-se necessário que o sociólogo quebre seu isolamento e interaja com os grupos sociais, as classes e as organizações que procuram recriar a sociedade. É transformar a sociologia num instrumento de transformação social.

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