Friday, November 23, 2007

Texto 3: Heynig, Klaus. Principales enfoques sobre la economia campesina. Revista de la Cepal, abril, 1982. p.116-142. (Texto sem a referência completa)
Na antropologia clássica, o campesinato como grupo cujo comportamento econômico é explicado por suas atitudes, valores e sistemas cognitivos, onde a condução dos processos produtivos não se dá por uma lógica econômica, mas sim, por relações de parentesco, valores míticos etc., e depois, define comunidades camponesas a partir de semelhanças estruturais, econômicas, sociais e de personalidades em contraposição aos demais grupos sociais. Kroeber e Redfield passam a relacionar camponeses com o urbano e suas relações com a sociedade e Estado. Depois, a importância ao enfoque “culturalista” em função dos estudos comunitários. Nos anos 50 aumenta a valorização dos aspectos agronômicos em detrimento da caracterização apenas cultural.
Nos enfoques modernizantes, a teoria de Lewis, 1954, que prega a dualidade entre um setor moderno, capitalista e industrial e de um setor tradicional, atrasado, baseado na subsistência, sem interesse de lucro e que tem como importância apenas a produção de excedentes de produtos agrícolas e fluxo de mão de obra barata para a indústria. A teoria de Schultz, que reconhece a racionalidade camponesa. Conclui que a agricultura tradicional não é capaz, por si só, de contribuir com o crescimento econômico. Por isso, defende a transferência de capital para a agricultura com vista à modernização. Nesse período acontece o processo denominado de “A Revolução Verde” com apoio de organismos internacionais.
No enfoque marxista, apresenta o dualismo camponês: ora proprietário dos meios de produção, como um capitalista; ora como trabalhador, e o situa como uma categoria residual. Marx analisa o processo Inglês em “Acumulação Primitiva”, onde se dá o cercamento dos campos, a expulsão e expropriação dos camponeses, com o seu deslocamento para as zonas industriais, criando condições para o desenvolvimento capitalista. A grande discussão no marxismo gravita em torna da questão se o campesinato é uma classe social ou se é um modo de produção. Marx considera em “Formen” a pequena propriedade livre como um modo de produção que está situado no mesmo nível das comunidades primitivas. Em outros trechos de sua obra, Marx os considera como “classe cuja condição se inscreve no processo concreto da luta de classes, em uma dada formação social”. De qualquer forma, em virtude das especificidades dessas formas de exploração, o camponês se vê diante de uma atitude ideológica que o coloca, em certos momentos, ao lado da luta dos trabalhadores, em outros, ao lado da burguesia. O dilema: ou se integrar numa aliança com os proletários para a derrocada da ordem burguesa ou vai “vegetar de crise em crise”.
Para Lênin, estudando o capitalismo na Rússia, entende um “processo de descampenização”, ou seja, a destruição radical do velho campesinato, fazendo surgir novas formas de população rural – burgueses e proletários do campo. Dois caminhos são possíveis para a descampesinação e surgimento do trabalho remunerado: a partir do “Junker”, antiga economia dos proprietários da terra se transformando lentamente para capitalistas, ou a forma mais violenta, via “Farmer”, com uma revolução na propriedade da terra e da pequena fazenda camponesa que irá se decompondo com o desenvolvimento capitalista.
Chayanov, agrônomo e economista entre os anos de 1910-1930, representante da Escola da Organização-Produção, e que defendia a transformação da organização na economia camponesa com vistas a elevar a produção agrícola, sem a necessidade de mudanças políticas. Ele defende que pela especificidade da existência de trabalho não assalariado, o campesinato necessita de outra teoria econômica diferente da forma clássica. Com isso, que a economia camponesa é uma forma de produção não capitalista. Nesse caso, o trabalho é dirigido pela satisfação de necessidades básicas, a subsistência, definida culturalmente. Daí se estabelece um equilíbrio entre trabalho e consumo. Por fim, que na exploração em base familiar não existe a renda da terra e que se trata de um modo de produção camponês, baseado na exploração de base familiar. O autor desenvolve várias posições críticas às teses de Chayanov.
Apresenta os debates contemporâneos existentes entre as posições campesinista e não-campesinista onde, para os primeiros, existe possibilidade de subsistência e fortalecimento da forma familiar de produção. Para o segundo grupo, esperam o desaparecimento da agricultura familiar e intensificação das relações capitalistas no campo e a inevitável proletarização do camponês.
Para terminar, o autor desenvolve algumas observações sobre este debate mostrando algumas posições importantes e que se contrapões às teses anteriormente citadas. Para Landsberger, que classifica os camponeses de seres humanos que se encontram dentro e fora dessas categorias analisadas. NãO EXISTE UM SÓ CAMPESINATO, E SIM , UMA SOCIEDADERURAL COM CAMPONESES SOCIALMENTE DIFERENCIADOS QUE, DADA A EXPANSÃO DO CAPITALISMO, PERDERAM A UNIDADE ORIGINAL DE SUA CLASSE.

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